ENTRE SÃO SARUÊ E VALES VIZINHOS DAS NUVENS: UM ESTUDO SOBRE AS FIGURAÇÕES ESPACIAIS DO CARIRI E DE HUMAUACA

Autores/as

  • Ana Caroline Matias Alencar Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura - Pontifícia Universidade Católica - Rio de Janeiro (PUC-Rio) http://orcid.org/0000-0002-0104-9581

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3136

Resumen

O objetivo do presente artigo será o de contrastar os diferentes modos de imaginação territorial que os cineastas Geraldo Sarno e Jorge Prelorán teriam acionado em seus documentários para a figuração das regiões do Vale do Cariri e do Vale de Humauaca. Para tanto, examinarei as películas Viva: Cariri! (1969/1970) e Hermógenes Cayo (1969), dirigidas respectivamente por Sarno e Prelorán, buscando por meio delas identificar os recursos cinematográficos de que os dois teriam lançado mão e os diálogos intelectuais de que teriam se valido para a representação daquelas regiões, situadas, a primeira, no Nordeste brasileiro e, a segunda, no Noroeste argentino, a partir das tópicas do isolamento, no caso de Sarno, e da desolação, no caso de Prelorán.

Biografía del autor/a

Ana Caroline Matias Alencar, Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura - Pontifícia Universidade Católica - Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura (PUC-Rio). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGH-Unirio). Graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desenvolve atualmente uma pesquisa sobre os documentários realizados pelo cineasta argentino Jorge Prelorán como integrante do projeto "Relevamiento de Expresiones Folklóricas Argentinas" (1965-1969), buscando, a partir destes filmes, lastrear a reinterpretação feita pelo cineasta de tópicas, temas, procedimentos discursivos e recursos narrativos presentes nas obras de intelectuais argentinos que o precederam.

Citas

ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5 ed. São Paulo: Cortes, 2011.

ALENCAR, Ana Caroline. O novo cinema nostálgico, ou sobre como os documentários dirigidos por Geraldo Sarno revisitaram interpretações de Brasil (1966-1969). 2019. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

_________. “O país ignoto de São Saruê lido como terra a ser revelada pelo cinema documentário (1970)”. História e Cultura, Franca, v. 7, n. 2, p. 337-358, 2018. Disponível em: <https://ojs.franca.unesp.br/index.php/historiaecultura/article/view/2693>. Último acesso em: 1 fev. de 2020.

BERNUCCI, Leopoldo M. A imitação dos sentidos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995.

__________. (org.) Discurso, ciência e controvérsia em Euclides da Cunha. São Paulo: Edusp, 2008.

CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição crítica e organização Walnice Nogueira Galvão. Fortuna crítica: vários autores. São Paulo: Ubu Editora/ Edições Sesc São Paulo, 2016. Vol. I: 704 pp.

D`ALMEIDA, Alfredo Dias. A construção do “outro” nos documentários de Geraldo Sarno e Jorge Prelorán. 2008. 257 f. Tese – Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina – PROLAM, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.

DERBYSHIRE, Philip. “Imaginar en el aire: reflexiones sobre el cine de Jorge Prelorán”. Estudios Sociales del NOA (Nueva Serie), Revista del Instituto Interdisciplinario Tilcara, Buenos Aires, n. 12, p. 5-17, 2012. Disponível em: http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/esnoa/article/view/782/760

DIARIO de viaje de Hermógenes Cayo. El Malón de la Paz por las rutas de la Patria. 1º ed. [Libro en línea]. Buenos Aires: Museo de Arte Popular José Hernández. Buenos Aires Ciudad, 2012. 25 p. Disponible en: <http://museohernandez.org.ar> [Consulta (10/12/2019)]

GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclidiana: ensaios sobre Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

GÁRATE, Miriam. Civilização e barbárie n`os sertões: entre Domingo Faustino Sarmiento e Euclides da Cunha. Campinas; São Paulo: Mercado de Letras, Fapesp, 2001.

HERMÓGENES Cayo. Dirección: Jorge Prelorán. Buenos Aires: Fondo Nacional de las Artes; Tucumán: Universidad Nacional de Tucumán, 1969 [producción]. (52 min), 16 mm, color.

LIMA, Luiz Costa. Terra ignota: a construção de Os sertões. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. 304p.

LIMA, Nísia Trindade. Um sertão chamado Brasil: intelectuais e representação geográfica da identidade nacional. Rio de Janeiro: IUPERJ, UCAM, 1999.

LOIS, Carla. “El mapa como metáfora o la espacialización del pensamiento”. Terra Brasilis (Nova Série), Revista Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica. São Paulo, nº 6, p. 1-26, 2015. Disponível em: <http://journals.openedition.org/terrabrasilis/1553>

Último acesso em: 18 de nov. de 2019.

__________. “Quinta pars o terrae incognitae? La cuestión de la verosimilitud en la representación cartográfica de lo desconocido”. Terra Brasilis (Nova Série), Revista Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica. São Paulo, nº 4, p. 1-19, 2015. Disponível em: <https://journals.openedition.org/terrabrasilis/1084> Último acesso em: 10 de dez. de 2019.

PRELORÁN, Jorge. El cine etnobiográfico. Buenos Aires: Catálogos; Universidad del Cine, 2006. Disponível em: <https://ucine.edu.ar/ebooks/PRELORAN.pdf> Acesso em: 24 jul. 2019.

PRIETO, Adolfo. Los viajeros ingleses y la emergencia de la literatura argentina, 1820-1850. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1996.

RODRÍGUEZ, Fermín. Un desierto para la nación: la escritura del vacío. [EBook] Buenos Aires: Eterna Cadencia Editora, 2012.

SÁ, Maria Elisa Noronha de. “O sertão: território da imaginação social do Brasil”. In: BOTELHO, André; STARLING, Heloísa (Orgs.). República e democracia: impasses do Brasil contemporâneo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017, p. 299-316.

SARMIENTO, Domingo Faustino. Facundo, o civilización y barbarie. Director: Ricardo Rojas. [Ebook] Buenos Aires: Librería La Facultad, 1921. (Biblioteca Argentina, 12)

SARNO, Geraldo. Cadernos do sertão. Salvador: Núcleo de Cinema e Audiovisual, 2006.

SARNO, Geraldo. Geraldo Sarno (depoimento, 2015). Rio de Janeiro, CPDOC/FGV,

36 pp.

SÜSSEKIND, Flora. O Brasil não é longe daqui: o narrador, a viagem. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

STARLING, Heloisa. “A República e o sertão. Imaginação literária e republicanismo no Brasil”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 82, 2008, 133-147.

VIVA: Cariri! Direção: Geraldo Sarno. São Paulo: Thomaz Farkas, 1970 [produção]. (36 min), 16 mm, color, p&b. Disponível em: https://www.thomazfarkas.com/filmes/viva-cariri/

XAVIER, Ismail. Sertão mar: Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Publicado

2020-07-06