ENTRE SÃO SARUÊ E VALES VIZINHOS DAS NUVENS: UM ESTUDO SOBRE AS FIGURAÇÕES ESPACIAIS DO CARIRI E DE HUMAUACA
DOI:
https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3136Resumo
O objetivo do presente artigo será o de contrastar os diferentes modos de imaginação territorial que os cineastas Geraldo Sarno e Jorge Prelorán teriam acionado em seus documentários para a figuração das regiões do Vale do Cariri e do Vale de Humauaca. Para tanto, examinarei as películas Viva: Cariri! (1969/1970) e Hermógenes Cayo (1969), dirigidas respectivamente por Sarno e Prelorán, buscando por meio delas identificar os recursos cinematográficos de que os dois teriam lançado mão e os diálogos intelectuais de que teriam se valido para a representação daquelas regiões, situadas, a primeira, no Nordeste brasileiro e, a segunda, no Noroeste argentino, a partir das tópicas do isolamento, no caso de Sarno, e da desolação, no caso de Prelorán.
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