A LIBERDADE SOB O ESTADO DE DIREITO

Autores

  • Pedro Nobuyuki Urashima UFMG

DOI:

https://doi.org/10.22171/rejunesp.v29i49.4508

Palavras-chave:

Estado de Direito, Liberdade, Liberalismo

Resumo

O presente artigo tem por objetivo responder à pergunta: se o Estado de Direito é o governo do direito, e não dos homens, o que credencia o direito a governar? Defende-se que o governo do direito tem como exigência básica a reciprocidade e que sua observância garante uma forma específica de liberdade. Para defender e detalhar a tese, adota-se um conceito geral de liberdade social, a partir do qual se elabora dois parâmetros de avaliação: o parâmetro funcional e o parâmetro da justificação liberal. A conexão entre liberdade e Estado de Direito proposta por Friedrich Hayek é assim examinada e criticada por (a) não conceber os cidadãos enquanto agentes dotados de uma inviolabilidade que merece respeito; (b) não ser apta a examinar violações da liberdade que uma concepção de Estado de Direito deve considerar. Como alternativa, a importância moral de poder reivindicar direitos em juízo é destacada. O resultado é uma concepção de Estado de Direito focada em fóruns de deliberação pública nos quais a agência moral de cada cidadão é reconhecida.  Nesses termos, o fundamento do Estado de Direito é a reciprocidade da justificação pública característica dos debates sobre direitos.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Nobuyuki Urashima, UFMG

Graduado em Direito pela Universidade Federal de Lavras. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto, tendo recebido bolsa pela CAPES e pela Universidade Federal de Ouro Preto na condução da pesquisa. Atualmente, é doutorando em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, tendo realizado estadia de pesquisa (doutorado sanduíche) no Surrey Centre for Law and Philosophy da Universidade de Surrey. 

Referências

BINGHAM, T. The Rule of Law, London: Allen Lane, 2010.

CAMPOS, V. Penso, logo escrevo: Um guia metodológico introdutório para a redação de ensaios filosóficos. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2022.

CARTER, I. Positive and Negative Liberty. In: ZALTA, E. N.; NODELMAN, U. (eds.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2022. Disponível em: https:// plato.stanford.edu/archives/spr2022/entries/liberty-positive-negative/.Acesso em: 30 ago. 2023.

FEINBERG, J. The nature and value of rights. In: Rights, justice and the bounds of liberty: essays on social philosophy. Princenton: Princenton University, 1980, p.143-159.

FINNIS, J. Natural Law and Natural Rights. Oxford: Clarendon Press, 1980.

FRIEDMAN, J. Hayek’s two epistemologies and the paradoxes of his thought. Critical Review: A Journal of Politics and Society, v. 25, n. 3-4, p. 277-304, 2013.

FULLER, L. L. The morality of law. 2 ed. New Haven; London: Yale University Press, 1969. FULLER, L. L. The forms and limits of adjudication. In: WINSTON, Kenneth (rev. e ed.). The Principles of Social Order. Selected Essays, 2001, p. 101-141.

GUSTIN, M. B. de S.; DIAS, M. T. F. (Re)pensando a pesquisa jurídica: teoria e prática. 3ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.

HAMLIN, A.; STEMPLOWSKA, Z. Theory, ideal theory and the theory of ideals. Political Studies Review, v. 10, n. 1, p. 48-62, 2012.

HART, H. L. A. The concept of law. 2. ed. Oxford: Clarendon Press, 1994.

HAYEK, F. A. Von. The constitution of liberty. Londres: The University of Chicago Press Ltd, 2011.

HAYEK, F. A. Von. Law, Legislation and Liberty. Londres: Routledge, 2013.

LIST, C.; VALENTINI, L. Freedom as independence. Ethics, v. 126, n. 4, p. 1043 1074, 2016.

MILLER, D. Constraints on Freedom, Ethics, v. 94, n. 1, p.66-86, 1993.

KRYGIER, M. The rule of law: legality, teleology, sociology. Sociology (October 31, 2008). In: G. PALOMBELLA & N. WALKER (eds)., Relocating the Rule of Law, Oxford, Hart Publishers, pp.2007-65, 2008.

PETRONI, L. Igualdade como Não-subordinação. Lua Nova, São Paulo, v.117, pp. 127-168, 2022. POSTEMA, G. J. Coordination and Convention at the Foundations of Law. The Journal of Legal Studies, v. 11, n. 1, p. 165-203, 1982.

POSTEMA, G. J. Law’s Rule. Oxford: Oxford University Press 2022. RAWLS, J. Kantian Constructivism in Moral Theory. In: FREEMAN, S. (ed.). John Rawls: Collected Papers. Boston: Harvard University Press, 1999, pp. 303-358.

RAWLS, J. Justice as Fairness: A Restatement. Boston: Harvard University Press, 2001. RAWLS, J. Political Liberalism. Expanded edition. New York: Columbia University Press, 2005.

RAZ, J. The Authority of Law: Essays on Law and Morality. Oxford University Press, 1979.

SIMMONDS, N. The nature of law: three problems with one solution. German Law Journal, v. 12, n. 2, p. 601-624, 2011.

SIMMONDS, N. Law as an Idea We Live By. In: DUKE, G.; GEORGE, R. P. (Ed.). The Cambridge companion to natural law jurisprudence. Cambridge University Press, p.245-275, 2017.

WALDRON, J. The Rule of Law and the Importance of Procedure. Public law & legal theory research paper series, 2010.

WALDRON, J. Os fundamentos teóricos do liberalismo. Tradução de Lucas Petroni. Leviathan, São Paulo, n. 5, p. 102-132, 2012.

WALDRON, J. The Rule of Law. In: ZALTA, E. N.; NODELMAN, U. (eds.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: https://plato.stanford. edu/archives/fall2023/entries/rule-of-law/. Acesso em: 30 ago. 2023

Downloads

Publicado

2025-06-06

Como Citar

URASHIMA, P. N. A LIBERDADE SOB O ESTADO DE DIREITO. Revista de Estudos Jurídicos UNESP, Franca, v. 29, n. 49, p. 95–115, 2025. DOI: 10.22171/rejunesp.v29i49.4508. Disponível em: https://ojs.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/4508. Acesso em: 14 jun. 2025.

Edição

Seção

Cidadania Civil e Política e Sistemas Normativos