VIDAS EM HIATO, ESCRITAS VEEMENTES:
IMPRESSÕES E EXPRESSÕES DA INTELECTUALIDADE CUBANA NO EXÍLIO
DOI:
https://doi.org/10.18223/hiscult.v12i1.3811Resumo
Por meio de escritos literários, autobiográficos e epistolares de Reinaldo Arenas, este artigo analisa as disputas estabelecidas nas redes intelectuais cubanas durante a década de 1980. A partir da observação da experiência exílica do escritor em terras estadunidenses, marcada por uma introjeção da condição marielita, suas significações acerca da Revolução e de suas questões sociais tópicas foram submetidas aos signos do engajamento e da aporia. A abordagem propõe retirá-lo do lugar de vítima do fenômeno revolucionário e alocá-lo como um de seus significativos interlocutores. Recorrendo às noções de representação, memória e testemunho, buscamos avaliar como Arenas, em meio aos demais dissidentes políticos, foi afetado e reagiu à condição do desterro, fazendo de seus escritos um instrumento de intervenção política e sociocultural.