MÚSICA E POLÍTICA: PARADOXOS DA HISTÓRIA SOCIAL DA MÚSICA
DOI:
https://doi.org/10.18223/hiscult.v10i2.3426Resumo
O presente estudo pretende identificar – sobretudo em aspectos das obras de Theodor W. Adorno e de Françoise Escal – alguns dos principais elementos de base teórico-metodológica empregados por autores que utilizam os critérios da sociologia da música aplicados à história social da música para, então, apontar alguns dos problemas e paradoxos advindos de tais concepções para a interpretação da importância sociopolítica e histórica da música. Basearemos nossa crítica, na sua maior parte, em aspectos do pensamento do filósofo francês Jacques Rancière que tratam da relação entre arte, estética e política – principalmente do que tange ao uso de “regimes de identificação da arte” para caracterizar as racionalidades que estão ligadas a determinada concepção de música.
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