O TEMPO DESCONJUNTADO: A URGÊNCIA DO CRONOCENTRISMO E UMA POSSÍVEL FORMA DE FAZER HISTÓRIA NO NOVO TEMPO DO MUNDO

Autores

  • João Paulo Rossatti Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v10i1.3383

Resumo

Este artigo têm alguns objetivos fundamentais. O primeiro é apresentar um argumento dialético em relação ao conceito de heterocronia, isto é, mostrar como os muitos tempos experimentados encontram seu limite no capitalismo tardio e, portanto, carregam sua negação dentro si mesmos, engolidos que são por um cronocentrismo impositivo. O segundo argumento, mais direto, visa apresentar o novo tempo do mundo, para tal empreitada seguimos o trabalho do filósofo Paulo Arantes. Em conjunto, estas duas seções nos permitirão propor a categoria de ontologia em situação, cujo emprego possibilita ao historiador uma compreensão relacional entre: o seu tempo, a sua experiência e o tempo por ele estudado.

Biografia do Autor

João Paulo Rossatti, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso e professor da rede estadual de ensino.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Bartelby, ou da contingência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

_______. Infância e História: destruição da experiência e origem história. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2008.

ARANTES, Paulo. Hegel: a ordem do tempo. São Paulo: Hucitec, 2000.

_______. O novo tempo do mundo: e outros estudos sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2019.

BADIOU, Alain. Breve tratado de ontologia transitória. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

_____ A hipótese comunista. São Paulo: Boitempo, 2013.

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequência humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

DOSSE, François. Renascimento do acontecimento: um desafio para o historiador: entre Esfinge e fênix. São Paulo: Edunesp, 2013.

GATTINARA, Enrico Castelli. A multiplicidade temporal: um problema no qual ciência, história e filosofia se encontram. 2018b In: Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempo históricos. Goiania, Ricochete, 2018.

HACKING, Ian. Ontologia histórica. São Leopoldo-RS: Editora Unisinos, 2009.

HARVEY, David. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2014.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autentica, 2014.

HEGEL, Georg F. W. Fenomenologia do espírito. Pretrópolis-RJ: Vozes : Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2014.

KANT, Imannuel. Crítica da Razão Pura. Coleção Saraiva de Bolso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.

KOSELLECK, Reinhart. Estratos do Tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto: Puc-Rio, 2014.

_______. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006.

LAÏDI, Zaki. A chegada do homem presente: ou da nova condição do tempo. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

MARTINS, Estevão R. Tempo: experiência, reflexão, medida. 2018c. In: Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempo históricos. Goiania, Ricochete, 2018.

SAFATLE, Vladimir. Dar corpo ao impossível: o sentido da dialética a partir de Theodor Adorno. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

SALOMON, Marlon (org.) Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempo históricos. Goiania, Ricochete, 2018.

SALOMON, Marlon. Heterocronias 2018a In: Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempo históricos. Goiania, Ricochete, 2018.

SILVA, Renán. Lugar de dúvidas: sobre a prática da análise histórica: Breviário de inseguranças. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

WHITROW. G. J. O tempo na História: concepções do tempo da pré-história aos nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

Downloads

Publicado

2021-07-27