A LIÇA E AS REPRESENTAÇÕES EM TORNO DO SERTÃO NO CARIRI CEARENSE: POR UMA HISTÓRIA INTELECTUAL DOS SERTÕES
DOI:
https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3134Resumo
Neste trabalho, busca-se analisar como se constituíram representações em torno dos sertões a partir da publicação do Jornal A Liça (1903) na cidade do Crato, localizada no sul do estado do Ceará. O periódico aqui analisado foi editado por José Alves de Figueiredo (1878-1961), poeta, farmacêutico, intelectual e membro do Club Romeiros do Porvir, agremiação literária da qual o jornal era órgão. Analisa-se, portanto, como a noção de sertão/sertões foi veiculada pelo jornal; à quais elementos essas noções foram relacionadas quando colocadas em circulação; e, como os intelectuais da agremiação Romeiros do Porvir interpretaram essa categoria à luz da realidade cratense. O jornal A Liça (1903), objeto de exame nesse trabalho, é a principal fonte. As análises aqui propostas são realizadas a partir dos domínios temáticos e teóricos do que se nomeia neste trabalho, ainda que de forma ensaística, de História Intelectual dos Sertões.
Referências
A LIÇA. Crato, n. 01, 08 de julho, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 02, 15 de julho, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 03, 22 de julho, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 04, 29 de julho, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 05, 05 de agosto, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 06, 12 de agosto, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 07, 19 de agosto, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 08, 26 de agosto, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 09, 02 de setembro, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 10, 09 de setembro, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 11, 16 de setembro, 1903.
A LIÇA. Crato, n. 12, 23 de setembro, 1903.
ALBUQUERQUE, Soriano. O Cariry. In: ALMANACHE ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICO, MERCANTIL, INDUSTRIAL E LITTERARIO DO ESTADO DO CEARÁ PARA O ANO DE 1905. Fortaleza: Empreza Typographica, 1904, p.167-168.
ALTAMIRANO, Carlos. Para un programa de Historia Intelectual y otros ensayos. 1º Ed. Buenos Aires: Siglo XXI editores Argentina, 2005.
AMADO, Janaína. Região, sertão, nação. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.8, n.15, p. 145-151, 1995.
BARTELT, Dawid Danilo. Sertão, República e Nação. Tradução de Johannes Krestschemer; Raquel Abi-Sâmara. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
BONATO, Tiago. O olhar, a descrição: a construção do sertão do Nordeste brasileiro nos relatos de viagem do final do período colonial (1783- 1822). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal do Paraná́ (Departamento de História), Curitiba, 2010.
BORGES, Raimundo de Oliveira. O Crato Intelectual: Dados Bio-Bibliográficos. 1° edição. Crato: Coleção Itaytera, 1995.
CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes; NEVES, Frederico de Castro. Introdução. In: CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes; NEVES, Frederico de Castro. (Orgs.) Capítulos de História Social dos Sertões. Fortaleza: Plebeu Gabinete de Leitura Editorial, 2017.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.
CHARTIER, Roger. História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1990.
GOMES, Angela de Maria de Castro; HANSEN, Patricia Santos. Introdução. In: GOMES, Angela de Maria de Castro; HANSEN, Patricia Santos (ORGs). Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016, p. 7-37.
MÄDER, Maria Elisa. Civilização, barbárie e as representações espaciais da nação nas Américas no século XIX. História Unisinos, São Leopoldo, v. 12, n. 3, p. 262-270, 2008.
MURARI, Luciana. Brasil, ficção geográfica: ciência e nacionalidade no país d’os Sertões. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: Fapernig, 2007.
NEVES, Erivaldo Fagundes. Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural, Politéia: História e Sociedade, Vitória da Conquista, v. 3, n. 1, p. 153-162, 2003.
NEVES, Frederico de Castro. A multidão e a História. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Fortaleza, CE: Secretaria de Cultura e Desporto, 2000.
OLIVEIRA, Antonio José de. Os Kariri-resistências à ocupação dos sertões dos Cariris Novos no século XVIII. Tese (Doutorado em História Social). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.
OLIVEIRA, Lucia Lippi. A natureza na interpretação do Oeste: sertão e fronteira no pensamento brasileiro. In: SILVA, Sandro Dutra e; SÁ, Dominichi Miranda de; SÁ, Magali Romero (Orgs). Vastos sertões: história e natureza na ciência e na literatura. 1º ed. Rio de Janeiro: Mauad X, 2015, p. 21-40.
OLIVEIRA, Valter Gomes Santos de. “Vivemos identificados com a civilização, dentro da civilização”: autoimagens urbanas nos sertões da Bahia. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 35, n. 69, p. 301-318, 2015.
PIRES, Maria de Fátima Novaes. Hommes de Lettres na “Corte do Sertão”: João Gumes e a escrita social. Revista Veredas da História, v. 4, n. 2, p. 151-169, 2011.
REIS JUNIOR, Darlan de Oliveira. Senhores e trabalhadores no Cariri cearense: terra, trabalho e conflitos na segunda metade do século XIX. Tese (Doutorado em História Social). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2014.
REIS JUNIOR, Darlan de Oliveira; ARAÚJO, Fatiana Carla. As letras e a luta social no século XIX: por uma História Social dos Sertões. In: REIS JUNIOR, Darlan de Oliveira; IRFFI, Ana Sara Cortez; SOUSA, Maria Arleilma Ferreira de; OLIVEIRA, Antônio José de (Orgs.). História Social dos Sertões. Curitiba: CRV, 2018, p. 85-98.
SALGUEIRO, Eduardo de Melo. Fugindo do estigma: visões sobre Mato Grosso nas páginas da Série Realidade Brasileira e da revista Brasil-Oeste. Anos 90, Porto Alegre, v. 24, p. 269-300, 2017.
SANTOS, Evandro dos. Ensaio sobre diversidade historiográfica: como escrever (e reconhecer) histórias dos sertões a partir de novas e “velhas” epistemologias. Sæculum – Revista de História, João Pessoa, v. 24, nº 41, p. 441-452, 2019.
SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René (org.). Por uma História Política. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996, p. 231- 269.