CELESTINO ALVES: UM POETA SERTANEJO E O DILEMA DAS SECAS
DOI:
https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3104Resumo
Muitas noções a respeito do que é “sertão” são propagadas por diversas produções culturais. O artigo analisa os poemas do livro O Nordeste e as Secas, do norte-rio-grandense Celestino Alves, observando especialmente a ênfase colocada na relação entre o sertão nordestino e o fenômeno das secas. Destacam-se como elementos presentes nos poemas: o sertão como um lugar de sofrimento causado pela seca; a noção do sertanejo como um homem forte, moldado pela aspereza do espaço no qual está inserido; o sertão como um mundo essencialmente rural, além de ser um espaço marcado pela dualidade (um dia tragédia, no outro felicidade), do qual se precisa partir para sobreviver e, em razão disso, espaço da saudade. Vê-se, portanto, um alinhamento com muitas noções propagadas por uma forma de representação que se tornou hegemônica no imaginário brasileiro acerca desse recorte espacial.
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