A IDEOLOGIA NO ROMANCE HISTÓRICO LUKÁCSIANO: UMA INTERPRETAÇÃO DE MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, DE MACHADO DE ASSIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.2839

Resumo

Este artigo analisa o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, a partir da perspectiva sobre o romance histórico teorizado por György Lukács. Apresenta primeiramente o percurso do conceito de ideologia através do tempo a partir de autores que o empregaram de diferentes formas em diferentes contextos históricos, para a partir disso analisar a obra O romance histórico, de Lukács, a sua teoria, e a forma com que a ideologia é compreendida por esse autor e seu uso na interpretação da narrativa literária machadiana, marcada pela ideologia de um personagem proto-burguês em contexto  escravista  e  patriarcal.

 

Biografia do Autor

Eduardo Ortiz, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade -  Doutorando – Programa de Pós-graduação em História - PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS - Brasil. Bolsista CAPES. E-mail: eduardo.ortiz.001@acad.pucrs.br

Vitor Cei, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor em Estudos Literários - Professor do Departamento de Línguas e Letras da UFES - Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória - ES, Brasil. E-mail: vitorcei@gmail.com 

Referências

ABREU, Capistrano de. “Sobre as Memórias póstumas de Brás Cubas”. In: ASSIS, Machado. Obra completa em quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008, p. 11-13.

ANDERSON, Perry. Trajetos de uma forma literária. Novos estudos CEBRAP, São Paulo, n. 77, p. 205-220, 2007.

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Globo, 2008.

BONAPARTE, Napoleão. Réponsé à adresse du conseil d'Etat. In: KENNEDY, Emmett. A philosophe in the age of revolution, Destutt de Tracy and the origins of "ideology". Washington: American Philosophical Society, 1978.

BOSI, Alfredo. Brás Cubas em três versões. Teresa, São Paulo, n. 6/7, p. 279-317, 2006.

CEI, Vitor. A voluptuosidade do nada: niilismo e galhofa em Machado de Assis. São Paulo: Annablume, 2016.

CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

CORDEIRO, Marcos Rogério. A outra herança de Rubião. Scripta, Belo Horizonte, v. 11, n. 21, p. 146-160, 2007.

ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. A ideologia alemã: Feuerbach – A contraposição entre as cosmovisões materialista e idealista. São Paulo: Martin Claret, 2007.

FANTINI, Marli. Machado de Assis: entre o preconceito, a abolição e a canonização. Matraga, Rio de Janeiro, v. 15, n. 23, p. 55-73, 2008.

GLEDSON, John. Machado de Assis: ficção e história. Trad. Sônia Coutinho. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da história. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

KENNEDY, Emmett. A philosophe in the age of revolution, Destutt de Tracy and the origins of "ideology". Washington: American Philosophical Society, 1978.

JAMESON, Fredric. O romance histórico ainda é possível? Novos estudos - CEBRAP, São Paulo, n. 77, p. 185-203, 2007.

LUKÁCS, György. Histoire et conscience de classe. Paris: Les Éditions de Minuit, 1960.

______. La novela histórica. Trad. de Jasmin Reuter. Mexico: Ediciones Era, 1996.

______. O romance histórico. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.

MARTIN, Peter. Os inícios da economia escravocrata na América. In: BERNARDO, Gustavo; MICHAEL, Joachim; SCHÄFFAUER, Markus (org.). Machado de Assis e a escravidão. São Paulo: Annablume, 2010, p. 27-59.

MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. Trad. Paulo Cezar Castanheira. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004.

MIGNOLO, Walter. Lógica das diferenças e política das semelhanças da literatura que parece história ou antropologia, e vice-versa. Trad. Joyce Ferraz. In: CHIAPPINI, Ligia; AGUIAR, Flávio Wolf de (org.). Literatura e História na América Latina. São Paulo: EDUSP, 2001, p. 115-135.

ROMANI, Carlo. A teoria da História, o romance histórico e a crise do realismo burguês. Disponível em: http://docslide.com.br/education/a-teoria-da-historia-e-o-romance-historico-em-lukacs.html. Acesso em: 04 nov. 2015.

SANTOS, Pedro Brum dos. Literatura e intervenção: romance histórico no Brasil. Floema, Vitória da Conquista, Ano VII, n. 9, p. 283-303, 2011.

SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.

SCHWARZ, Roberto. Sequências brasileiras: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

SILVA, Arlenice Almeida da. A história e as formas. In: LUKÁCS, György. O romance histórico. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011, p. 9-26.

THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes, 1995.

ZILBERMAN, Regina. O romance histórico – teoria & prática. In: BORDINI, Maria da Glória (Org.). Lukács e a literatura. Porto Alegre: EDUPUCRS, 2003, p. 109-140.

Downloads

Publicado

2020-07-06