O CINEMA E HISTÓRIA:
“DENTRO DE NOSSOS PORTÕES” (1920) COMO RESPOSTA CINEMATOGRÁFICA AO “O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO” (1915)
Resumo
A relação entre história e cinema tem se estreitado significativamente nos últimos anos graças a abertura da historiografia ao universo cinematográfico como objeto de pesquisa. Dessa forma, o cinema, sobretudo compreendido enquanto veículo de controle de informações e memória, passa a ser uma possibilidade de corpus documental para o trabalho do historiador, uma vez que o seu uso tornou-se cada vez mais acessível a partir dos novos domínios e ampliação da História Nova. Portanto, o artigo debruça-se na interpretação e análise das fontes fílmicas “O Nascimento de uma Nação” (GRIFFITH, 1915) e “Dentro de Nossos Portões” (MICHEAUX, 1920), a partir da obra do historiador francês Marc Ferro, pioneiro no uso das imagens cinematográficas como fonte histórica. Além disso, o presente trabalho está atento ao uso de bibliografia especializada sobre a temática. Ademais, tem-se como propósito apresentar ao leitor a associação da produção “Dentro de Nossos Portões” como uma resposta cinematográfica ao filme “O Nascimento de Uma Nação” (1915) – longa-metragem que enfatizou ideais da narrativa histórica norte-americana cúmplices de um discurso supremacista branco utilizado como justificativa para a segregação racial no país.