OCUPAÇÃO DO MOVIMENTO SEM TETO: LIMITES, POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA ORGANIZAÇÃO

Autores

  • Angela Michele Suave

Palavras-chave:

Movimentos Sociais. Organização Social e Política. Propriedade Privada.

Resumo

O presente trabalho analisa, no período de março de 2007 a março de 2009,
a organização e a sustentação de uma Ocupação do Movimento Sem Teto no interior de São Paulo. Tem como fonte de análise as informações colhidas através da observação participante. A pesquisa assume uma posição nas trajetórias pessoais; nas impressões e opiniões das pessoas; nos registros em jornais e nas relações com instituições religiosas, políticas e governamentais. Destacou o conjunto de elementos que mantém a sua organização, quais sejam: as condições de vida dos ocupantes, o cotidiano da Ocupação e a estrutura de organização teórico-política. A Ocupação do “Pinheirinho” colocou em debate a questão da propriedade privada e confrontou os dirigentes da administração
pública em São José dos Campos. Possibilitou a organização de forças sociais e políticas de forma coletiva, alcançadas com o processo de reivindicações acerca dos direitos sociais. Tornou-se importante na vida dos ocupantes, especialmente, por suprir a necessidade da moradia. A consciência de classe e a solidariedade construída na Ocupação favoreceram a organização dos ocupantes, por apoderarem-se do seu lugar na luta de classes e na história do município. Permitiu aos ocupantes a elaboração de um projeto político com uma direção consciente em função da transformação social. Dentre seus limites e possibilidades ficou à Ocupação o desafio de organização para extrapolar a luta
por direitos sociais e buscar a emancipação política e humana, essencialmente em torno da questão da propriedade privada.

Publicado

2018-05-04

Edição

Seção

Artigos